As micro e pequenas empresas (MPEs) já passam de 10 milhões no Brasil, mais de 95% do total de Cadastros Nacionais de Pessoa Jurídica (CNPJ). Elas respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e empregam mais da metade dos brasileiros com carteira assinada, isto é, cerca de 17 milhões de pessoas. Por isso mesmo, ao comprar de pequenos negócios, o cidadão contribui para que a economia se desenvolva, em especial no seu bairro e na sua cidade.
Por isso, será lançado em todo o Brasil o Movimento Compre do Pequeno Negócio, que terá como data oficial o dia 5 de outubro, Dia da Micro e Pequena Empresa. O objetivo é incentivar o consumo de produtos e serviços de empresas que faturam no máximo R$ 3,6 milhões por ano e, dessa forma, fortalecer a economia brasileira.
Segundo Luiz Barreto, presidente do Sebrae, além de ser um ato de cidadania, comprar do pequeno negócio beneficia toda a sociedade. Com o problema da mobilidade urbana, as pessoas estão comprando e utilizando serviços mais próximos de casa. Isso é muito bom para a economia, pois o dinheiro fica no bairro, o que ajuda a desenvolver a comunidade. Além disso, gera oportunidades de emprego. A pequena empresa é um motor forte da economia, responsável por 52% dos empregos com carteira assinada. Muitos jovens tem sua primeira oportunidade de trabalho na pequena empresa, afirmou ele em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (5).
Para Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o movimento é, acima de tudo, uma oportunidade de enxergar que o pequeno negócio é uma saída para as aflições econômicas que o país está passando no momento. Segundo ele, apesar da crise, os pequenos empresários continuam lucrando. A crise é menor do que a imprensa tem repercutido, pelo menos no que diz respeito ao setor alimentício. Existe, sim, crise no ABC paulista. A indústria automobilística está muito mal, mas o Brasil como um todo não está nessa crise, defendeu.
Solmucci explicou que, numa comparação entre antes e depois da crise, pessoas que gastavam acima de R$ 70 num restaurante continuam gastando igual. Na faixa dos R$ 30 a R$ 70, houve uma queda de 30% no consumo. Entre R$ 20 e R$ 30, também se observa estabilidade, enquanto na faixa até R$ 20, houve crescimento. Então, na verdade, o pequeno negócio está se saindo muito bem, observou.
O presidente da Abrasel defendeu também que o fortalecimento das MPEs é vantajoso para as grandes empresas. Concordando com Solmucci, a presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Cristina Franco, explicou que o franchising é o grande e o pequeno empreendedor em cadeia. Ao ter uma franquia, se compra tanto do grande empresário quanto do pequeno produtor rural. Então o crescimento pequeno negócio afeta as grandes empresas, disse.
O presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, José Paulo Dornelles Cairoli, acredita que o Movimento Compre do Pequeno Negócio é um grande passo para incentivar jovens no primeiro emprego e na busca por capacitação. As ações do Sebrae são benéficas para toda a sociedade e vão ajudar muita gente a sair do sufoco atual. Isso vai servir de lição para que o empresário saia mais fortalecido desse momento crítico.
Fonte: PG Comunicação
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