Facisc defende modificações ao texto original da Reforma Tributária, em prol do setor produtivo catarinense

Facisc defende modificações ao texto original da Reforma Tributária, em prol do setor produtivo catarinense

ACIC Concórdia


Notícia
Por Paulo Gonçalves
em 04/07/2024

Com a Reforma Tributária prestes a ser votada no Congresso Nacional (a previsão é quinta-feira da semana que vem), a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) é a favor de alterações no texto original, que foram objetos de discussão no último mês nos Grupos de Trabalho da Reforma, e podem beneficiar a economia catarinense. Entre elas está a inclusão da proteína animal na cesta básica, para que receba também isenção total de impostos. Para que essa isenção não cause o aumento da alíquota média total, a instituição entidade é a favor da compensação por meio da inclusão de itens como a loteria de apostas em quota fixa, entre os itens prejudiciais à saúde, a serem tributados com o Imposto Seletivo.

 

“O estado é um grande produtor de frango e de suínos, e a inclusão das carnes como itens da cesta básica não só impulsionaria ainda mais o setor como estimularia o consumo das famílias, o que impacta diretamente na qualidade de vida dos cidadãos”, avalia o presidente da entidade, Elson Otto.

 

Outra possível modificação apoiada pela Facisc é a alteração da tributação cumulativa aos serviços de alimentação, como bares e restaurantes, proposta no texto original. Representantes do setor pedem para serem contemplados com desconto de 60% na alíquota, assim como é feito por vários países na Europa, ou por um sistema de crédito tributário. De acordo com os dados levantados pelo Centro de Inteligência e Estratégia (CIE) da Facisc, Santa Catarina conta com 16,6 mil estabelecimentos neste ramo, o que representa 15% do setor de serviços. “Restaurantes e bares são formados, em geral, por micro e pequenas empresas, e já operam com margens de lucros mais apertadas”, explica o presidente da Facisc.

 

No setor da construção, a Reforma Tributária, como está, prevê alíquota maior que a praticada atualmente, principalmente sem os incentivos da desoneração da folha. O posicionamento da Facisc acompanha o dos representantes do setor, que defendem pelo menos a manutenção da taxação atual. Para se ter uma ideia, o déficit habitacional em Santa Catarina cresceu 25% entre 2019 e 2022 – são necessárias mais de 190 mil moradias para solucionar as necessidades básicas habitacionais no estado. Uma análise do CIE sobre o tema destaca que o aumento de impostos afetaria especialmente atividades da cadeia inicial da construção, nas quais SC possui grande representatividade, como habitação, loteamento e intermediação. Além do mais, o custo de uma maior alíquota pode ser repassado nos preços finais de habitação para a população, desestimulando as vendas no setor imobiliário.

 

Ressarcimento do PIS/Cofins – Outra preocupação se relaciona aos créditos acumulados do PIS/Cofins, que será extinto com a Reforma Tributária. As empresas que mais usam esses créditos são as exportadoras de grande porte do agronegócio, que tem importantes players globais catarinenses. A indústria de SC é a terceira do país com o maior número de créditos de PIS/Cofins, no valor de R$ 1,1 bilhão, atrás somente de São Paulo e Rio de Janeiro. Na regra atual, ao comprarem insumos e máquinas nos últimos 20 anos, acabaram

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