Os principais indicadores econômicos de Santa Catarina estão disponíveis mensalmente para a sociedade de maneira clara e objetiva em um Boletim de Indicadores Econômico-Fiscais. O documento foi elaborado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS). Ele reúne informações mais recentes estatísticas econômicas oficiais, abrangendo informações sobre balança comercial, produção agrícola, industrial, volume de vendas e receitas do comércio, número de empresas constituídas e baixadas em SC, consumo de energia elétrica. São dados que sempre estiveram de posse do Estado, mas que não eram disponibilizados à sociedade de forma simples.
Dados de Abril
De acordo com o Boletim de Indicadores Econômicos-Fiscais, referente ao mês de abril, Santa Catarina tem 7,184 milhões de habitantes que estão dispersos em uma área de 95,7 mil km2. A força de trabalho do Estado, no quarto trimestre de 2019, está estimada em 3,904 milhões de pessoas sendo que 94,6% delas estavam ocupadas. Desses, 52,5% estavam empregados no setor privado (87,7% com carteira assinada, o maior percentual do País), 4,8% eram trabalhadores domésticos, 10,1% empregados no setor público, 5,4% eram empregadores e 22,5% trabalhavam por conta própria.
Nessa última categoria, Santa Catarina tem a segunda menor taxa do País. A taxa de subutilização da força de trabalho é de 10,2 e a taxa média anual de informalidade é de 27,3%, ambas as menores do Brasil. A taxa de desocupação está em 5,3%, a mais baixa do País. Em relação ao terceiro trimestre do ano, a taxa caiu 0,4 ponto percentual e na comparação com o mesmo trimestre de 2018, a redução foi 1 ponto percentual. Foram 13 mil desempregados a menos que no trimestre anterior, ainda que 209 mil pessoas permaneçam desempregadas. Outras 32 mil pessoas, ou 0,8% da população na força de trabalho, estão na condição de desalentadas, também o menor percentual do País.
]
Nosso PIB cresceu 3,95% em 2017, atingindo R$ 277,2 bilhões, o 6º maior do País, sendo que o PIB per capita de R$ 39.592 era o 4º maior. Estimamos um crescimento da economia de 3,6% em 2018 e de 3,5% em 2019. Em 2019, nossas exportações atingiram US$ 8,9 bilhões ou 4% do total nacional. Nossa localização estratégica e competitividade tarifária e portuária garantiram um crescimento de 9,4% das importações pelos portos catarinenses, que responderam por 9,5% do total nacional, sendo o 3º maior Estado importador do Brasil.
A receita tributária do governo estadual atingiu R$ 29 bilhões em 2019, registrando um crescimento de 11,2% em relação ao ano anterior. Desse total, 81,8% correspondiam a arrecadação do ICMS. Diversidade cultural e produtiva, desenvolvimento territorial e humano e um extraordinário potencial de crescimento econômico são características que diferenciam nosso Estado e o colocam como o 2° mais competitivo do País. Aqui se encontram os melhores indicadores sociais do Brasil. Veja mais detalhes nos estudos e estatísticas produzidos pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico – SDE e acompanhando o Boletim Mensal de Indicadores Econômico-Fiscais de Santa Catarina. SDE/Diec | INDICADORES ECONÔMICO-FISCAIS | ABRIL/20 5 5 APRESENTAÇÃO O boletim “Indicadores Econômico-Fiscais” de Santa Catarina traz dados estatísticos da economia e das receitas do Estado.
O boletim reúne as mais recentes estatísticas econômicas oficiais, abrangendo informações sobre o Produto Interno Bruto (PIB), emprego, balança comercial, produção agrícola e industrial, vendas e receitas do comércio, consumo de energia elétrica, consumo aparente de cimento, vendas de óleo diesel, inflação e câmbio, expectativas de agentes econômicos, receitas tributárias e dados fiscais do Governo, entre outros indicadores da economia estadual. Os dados são atualizados mensalmente propiciando o monitoramento do nível da atividade econômica no Estado, sua comparação com o País e o delineamento das tendências de curto prazo da economia.
Nesta edição, o boletim traz uma estimativa da evolução da atividade econômica do Estado em 2019, na comparação com 2018. Os dados são uma prévia do PIB estadual. Além da atualização desses indicadores, o boletim apresenta os dados oficiais do PIB estadual de 2017, o último divulgado pelo IBGE/SDE e uma estimativa preliminar para o ano de 2018. Aborda ainda, no artigo de abertura, as perspectivas para a economia estadual frente a paralisação da atividade econômica para enfrentar a pandemia do Covid-19. Traz ainda, a atualização dos principais indicadores da economia estadual, organizados e divulgados pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina,
INDICADORES ECONÔMICO-FISCAIS | ABRIL/2020 6 6 RESUMO EXECUTIVO: A SAÚDE, CRISE E INCERTEZAS
A desaceleração da economia observada no segundo semestre do ano passado, tanto no Estado como na média brasileira, já vinha frustrando expectativas de uma retomada mais sustentada da atividade econômica. No Estado, além do baixo crescimento da economia brasileira, influenciaram a forte crise argentina e a desaceleração do comércio mundial, que juntos ocasionaram forte impacto nas exportações. Além disso, o Estado cresceu significativamente acima da média nacional nos últimos três anos o que tornou difícil manter a performance diante de uma base elevada e sem estímulos externos que pudessem sustentar mais crescimento. As perspectivas para 2020, projetadas no início do ano pelas mais diversas instituições, apontavam crescimento acima dos 2% para a economia brasileira, mas a severa crise gerada pela pandemia do Covid-19 abortou definitivamente essas projeções.
As medidas de contenção da expansão do vírus começaram a ganhar força a partir da segunda quinzena de fevereiro e incluíram o fechamento de empresas em todos os setores, o afastamento de funcionários, a proibição da circulação nos transportes em geral e a promoção do isolamento e do distanciamento social. A forte retração econômica se tornou inevitável, mas a sensata opção por salvar vidas prevaleceu. O Brasil que vinha lentamente se recuperando de uma de suas maiores crises, deverá ter uma retração histórica. Além do impacto da paralisação de grande parte da atividade econômica, o país enfrenta a retração do comércio mundial, a queda brusca dos preços das commodities, a fuga de capitais por aversão a riscos e o adiamento das reformas estruturantes que estavam em andamento.
As percepções do momento atual, bem como das perspectivas para os próximos meses, de empresários da indústria, da construção civil, do comércio, bem como dos consumidores, já estão sofrendo forte deterioração, implicando contração no consumo, nos investimentos e no emprego. As instituições consultadas pelo Banco Central sobre as expectativas para o Pib brasileiro vêm apresentando quedas semanais consecutivas, apontando agora uma retração em torno de -2,96% para 2020, sendo uma das mais “otimistas” apresentadas. O banco Santander estima uma retração de -2,2 %, enquanto o Itaú aponta uma retração entre -0,5% até -6,4%.
Segundo estudo do The Economist Intelligence Unit, as projeções para o PIB do Brasil em 2020 são de queda de -5,5%, uma queda de 7,9 pontos percentuais em relação à última estimativa. O FMI, no relatório das perspectivas econômicas mundiais de abril, avalia que o crescimento mundial está sujeito a uma extrema incerteza. A instituição pondera que para proteger vidas e permitir que os sistemas de saúde possam enfrentar a situação, se fez necessário isolamentos e a paralisação da atividade econômica para diminuir a propagação do vírus. Como resultado, projeta que a economia mundial passe por uma brusca contração de -3% em 2020, pior do que a enfrentada na crise de 2008-09.
INDICADORES ECONÔMICO-FISCAIS | ABRIL/2020
Não descarta também que possa vir a ser a pior crise desde 1930. Para o Brasil prevê uma retração de -5,3%. Num cenário base, em que se supõe que a pandemia se dissipe no segundo semestre e que a economia gradualmente se recomponha e reaja frente às políticas públicas adotadas, projeta que a economia mundial cresça 5,8% em 2021, sendo que para o Brasil, projeta 2,9%. Para evitar que as coisas se tornem ainda piores o FMI considera crucial adotar políticas eficazes. As medidas para reduzir o contágio e proteger vidas terão efeito a curto prazo na atividade econômica mas devem ser consideradas como um investimento importante para a saúde humana e econômica a longo prazo. A prioridade deve estar em conter as sequelas da pandemia, sobretudo incrementando os gastos em saúde ao mesmo tempo em que se adotem medidas para reduzir o contágio. Além disso, as políticas econômicas terão que atenuar o impacto que a diminuição da atividade exercerá sobre pessoas, empresas e no sistema financeiro; reduzir os efeitos persistentes e mais permanentes derivados da inevitável e forte desaceleração; e garantir que a recuperação econômica possa começar rapidamente uma vez que se dissipe a epidemia.
Em SC, até o momento, ainda não foi possível dimensionar a abrangência e a dimensão da crise. Sabe-se, que os impactos sobre o PIB e sobre o mercado de trabalho serão distintos, primeiro, porque os setores têm pesos variados na formação do PIB e estão sendo impactados de forma variada e também há diferenças importantes quanto a relevância de cada setor na geração de empregos. É possível que o Estado passe por uma crise mais severa nesses primeiros meses do isolamento. Foi um dos primeiros a adotar medidas restritivas e teve a maior queda registrada na circulação de pessoas do País e uma das mais altas taxas de estabelecimentos fechados.
O impacto será grande, mas é possível que a volta a normalidade seja mais rápida e as sequelas a médio prazo, menores. Além disso, a resiliência do Estado já é testada e conhecida. Capital humano, diversificação produtiva, dispersão demográfica pelo território e sem a existência de grandes metrópoles, bem como uma economia fundada em atividades de pequeno e médio porte, poderão ser diferenciais que contribuam para tornar a crise menos aguda. Além disso, o sistema de saúde do Estado está entre os melhores do País.
O fato de o Estado ter no agronegócio a base econômica de uma grande maioria dos municípios, também deverá contribuir para dissipar um pouco os efeitos da crise, já que o segmento segue trabalhando. É fato, no entanto, que a estiagem está trazendo prejuízos em muitos municípios e o segmento de hortaliças e flores está enfrentando problemas na comercialização por conta do isolamento. Por outro lado, há uma compensação dada ao segmento exportador pelo efeito do dólar elevado (que impede a completa transmissão da queda dos preços internacionais diante do desaquecimento da demanda global). Lembrando que as exportações de carnes e soja seguem firmes, sobretudo para a China, e assim deverão continuar ao longo do ano. Além do agronegócio, muitos outros segmentos seguem produzindo. A construção civil, que representa cerca de 6% do Pib e tem impacto em uma ampla cadeia produtiva e grande peso no SDE/Diec.
O mercado de trabalho, teve um curto período de paralisação. Também várias atividades públicas e privadas passaram a ser realizadas em home office. A administração pública em todos os níveis, o segmento relacionado a saúde, pública e privada, as atividades tidas como essenciais, como o varejo de alimentos, de combustíveis e de serviços diversos, entre outros, mantiveram suas atividades, embora em alguns casos apenas parcialmente. A circulação de bens e serviços dessas atividades somadas às medidas econômicas adotadas para atenuar os efeitos dessa crise sob as empresas e famílias, deverão, juntos, minorar o efeito global dessa crise. Por outro lado, setores muito atrelados ao mercado interno e tido como não essenciais deverão pressionar o Pib para baixo e gerar mais desemprego como é o caso da indústria moveleira, da têxtil e vestuário, de bebidas, de couro e calçados, da cerâmica e da automotiva, entre outras. O comércio estadual que vinha liderando o crescimento no País terá também um forte impacto. Grande parte do setor de serviços, o maior da economia, também está sendo fortemente atingido. Aí incluídos o segmento de bares e restaurantes e todo a cadeia do turismo.
É preciso, no entanto, reforçar que na atual conjuntura, marcada por enormes incertezas, qualquer previsão é bastante incerta. As sequelas econômicas, conforme pontua o relatório do FMI, vão depender de fatores cujas interações são difíceis de projetar, como por exemplo, a trajetória da pandemia, a intensidade e a eficácia dos esforços de contenção, o grau de perturbação na oferta, as repercussões nos mercados financeiros mundiais, as variações nos padrões de gasto, as mudanças de comportamento (como a recusa das pessoas em frequentar centros comerciais e transportes públicos), os efeitos na confiança e a volatilidade dos preços de matérias primas. É certo que essa crise é única, sem nada parecido antes. Um agravamento além do esperado da crise do corona vírus no Brasil e no mundo, assim como um alcance aquém do esperado das políticas públicas de apoio, pode comprometer ainda mais o desempenho do PIB e deteriorar a situação social do País, já bastante fragilizada. Que tudo isso passe rapidamente.
Acesse os detalhes no link: http://www.sde.sc.gov.br/index.php/biblioteca/boletim/1296-sde-boletim-econo-mico-abril-2020/file
0 Comentários